O
Culto Secreto
Descrita
por Ricardo Costa.
Baseada no jogo mestrado por Ricardo
Costa.
Personagens
principais da aventura:
Os
Humanos: Arthos Fogo Negro;Magnus de Helm; Sigel O'Blound
(Limiekki); Danicus Gaundeford; Klerf Maunader. Os
Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. O Grimlock:
Loft Moft Toft Iskapoft. O Halfling: Bingo
Playamundo.
O Culto Secreto
Portadora
da Vingança
A
Comitiva da Fé estava cercada pelo alto. Seis imaskaris
mascarados, dois homens e quatro mulheres, flutuavam ao
seu redor. Valin, o companheiro imaskari dos heróis da
Superfície, jazia preso em uma rede erguida por uma armadilha
e somente podia observar o resultado da emboscada.
Uma
dos Portadores da Vingança conjurou uma magia, que fez
brotar do solo, aos pés dos heróis, tentáculos negros,
que se ergueram e envolveram Kariel, Bingo e Limiekki,
imobilizando-os. Arthos correu de onde estava e, usando
Limiekki como apoio, executou um salto acrobático, conseguindo
altura suficiente para agarrar um dos oponentes pela perna.
Em resposta, um inimigo conjurou uma esfera de fogo, que
arremessada contra os heróis, explodiu em chamas, causando
algumas queimaduras, sobretudo nos que estavam imobilizados.
Magnus, que possuía a poderosa espada Hadryllis, estava
impotente. Nada podia fazer para golpear aqueles inimigos
ao alto. Resolveu auxiliar Kariel a escapar dos tentáculos.
Já Mikhail decidiu falar.
“Porque
nos atacam!? Não têm provas que fizemos algo e agem como
juiz, júri e executores!”
“Há anos não existem
crimes em nossa cidade e logo quando chegam vocês, estrangeiros,
um atentado ocorre. Além disso, foram identificados em
atitude suspeita pelo secretário Radatan Mahederin, um
alto funcionário do governo”.
“Eles são inocentes!”,
gritou Valin.
“Talvez seja verdade...”,
disse uma das mascaradas. “Os estrangeiros podem ter sido
incriminados! Eu acredito neles!”.
“Está deixando suas
emoções a guiarem. Você está se arriscando a ser também
alvo do nosso julgamento!”, disse outra mascarada.
“Que seja! Concedam-me
um prazo para provar a inocência deles. Se eu falhar,
que o destino deles seja compartilhado comigo!”
Ouve um momento de
segundo e de pausa nos combates. Uma das mulheres então
falou com a misteriosa defensora dos aventureiros.
“Têm
até a hora do pronunciamento da Dama Executora para provar
que os suspeitos são inocentes, senão todos vocês serão
eliminados!”.
Em
seguida, os mascarados desapareceram, valendo-se de uma
magia, deixando somente a sua companheira rebelde. A mulher
mascarada flutuou até a rede que prendia Valin e a puxou
até o solo. Em seguida, também pousou no chão pedregoso.
A Comitiva logo a cercou.
“Quem
é você? Eles são mesmo inocentes, mas porque os defendeu?”,
perguntou o imaskari amigo da Comitiva.
“Acho que sei!”, disse
Limiekki. “Hoxxa, não? Senti que possuía alguma familiaridade
com armas quando examinou as nossas armas. E Valin disse-nos
que esta gruta de onde saímos era um local onde se escondiam
quando crianças. Você sabia onde poderíamos estar”.
“Você é observador.
Então não preciso me esconder!”, retirou a máscara púrpura,
revelando a imaskari de cabelos negros e olhos azuis.
“Hoxxa! Como?”, espantou-se
o irmão.
“É uma longa história,
Valin, e não temos tempo! Comitiva da Fé... conte-me o
que aconteceu!”.
A
Comitiva fez então o relato de como foram abordados e
conduzidos para a armadilha no ninho das aranhas. Hoxxa
ouviu atentamente. Após o relato, Mikhail comentou.
“Aqueles
que nos mandaram para a armadilha devem pensar que estamos
mortos. Não devem estar procurando por nós.”.
“Sim, porém os condestáveis
estão. Foi decretado um toque de recolher e as ruas estão
desertas. Devemos evitar a guarda e procurar por suspeitos.
Devemos ser muito discretos. Não podemos ser descobertos!”.
“Podemos retornar
a caverna onde fomos enganados!”, sugeriu Kariel. “Certamente
devem enviar alguém para se certificarem de que estamos
realmente mortos e poderemos seguir o agente até o seu
esconderijo”.
“É um bom plano!”,
disse Limiekki. “Porém não devemos ir todos para não levantar
suspeitas!”.
“Posso ir sozinho,
Limiekki. Vou segui-lo invisível!”.
“As palavras em roushoun
para abrir o portão de pedra são khour rashina nekaputrus.
Já, para ultrapassar as grades, terá que utilizar magia”,
informou Valin.
“Aguardaremos aqui,
na gruta, então!”, disse Hoxxa. “Cuide-se!”
O
elfo príncipe do distante reino de Kand tocou em seu elmo
mágico e desapareceu. Valendo-se de sua memória, retornou
cauteloso pelo caminho que havia feito anteriormente.
Chegou então até as barras de aço enferrujadas, início
do corredor para a caverna mortal. Kariel então conjurou
um sortilégio e seu corpo, na forma de gás, atravessou
a grade e ele então prosseguiu. Diante do maciço portão
de pedra, proferiu as antigas palavras ensinadas por Valin
e a pedra moveu-se para o alto, abrindo a passagem. O
elfo conjurou mais um encanto e formou uma ilusão, que
mostrava ele próprio e seus amigos, mortos, ao chão. Kariel
então sentou nas pedras e esperou.
Apenas
vinte minutos se passaram até a porta ranger o arrastar
da rocha e entrar na sala um encapuzado. Andou o imaskari
até a ilusão de Kariel. Estava convencido de que a missão
estava feita, porém, ao invés de apenas observar, resolveu
tocar os corpos e, para sua surpresa, sua mão passou através
do engodo ilusório do mago da Comitiva. Nervoso e agitado,
deu a volta e correu em passos rápidos. Kariel ativou
novamente seu elmo, presente do falecido rei de Cormyr,
Azoun IV, e, invisível, seguiu o misterioso enviado.
O
imaskari fez seu caminho pelos ermos rochosos, pelo cinturão
verde em volta da cidade, e por fim pela área urbana,
deserta graças ao toque de recolher imposto pelas autoridades.
O encapuzado ficou de pé em frente a uma casa simples.
Ia bater a porta, quando Kariel o imobilizou pelo pescoço,
e o arrastou para um beco. O imaskari se debateu, mas
perdeu o fôlego e desmaiou. O mago arrastou o inimigo,
escondendo-se de tempos em tempos das patrulhas, com o
coração batendo forte. Com dificuldade, deixou a zona
urbana, passou pelo bosque do contorno e chegou até a
caverna que abrigava seus amigos, que logo se aproximaram.
“Kariel!
Quem é este?”.
“Este... foi... o
enviado para certificar nossa morte!”, disse o mago, resfolegando
do cansaço.”Consegui capturá-lo!”
“Por Mystra... é um
dos soldados que nos levou até a armadilha. Ele seguia
instruções do secretário do Alto Lorde!”, reconheceu Mikhail.
“Será que o tal Alto
Lorde está envolvido? O lorde que sumiu tinha uma posição
adversa à dele”, perguntou Limiekki.
“Se o Alto Lorde estivesse
envolvido, provavelmente já estaríamos mortos!”, respondeu
Hoxxa. “Ele é o mago mais brilhante e poderoso que nossa
cidade já concebeu!”.
“Minha irmã tem razão”,
completou Valin. “Além disso, o Alto Lorde Illis Khendarhine
sempre foi um imaskari contrario a violência!”.
“Talvez seja o Secretário
o culpado”, sugeriu Arthos.
“Acho que devemos
interrogá-lo.”, colocou Magnus. “Depois Hoxxa e Valin
podem levá-lo até os seus governantes, enquanto nos infiltramos
no lugar onde ele estava se dirigindo e tentamos encontrar
o Lorde desaparecido”.
“Posso conduzir o
interrogatório!”, ofereceu-se Limiekki. “Não é nada agradável,
mas já fiz isto antes, quando estava nas fileiras de Forte
Zenthil.”
Os
companheiros de Limiekki olharam para o mateiro, relutantes,
mas acabaram concordando. Então ele, Mikhail e Kariel
levaram o cativo para um canto da pequena gruta de onde
estavam. Valin foi junto, para agir como interprete. Despertaram
o inimigo, atirando-lhe uma caneca da água gelada que
brotava de uma fonte na parede.
“O
quê? Quem são vocês?”, o imaskari disse em roushoun, ao
ser despertado.
“Somos nós que faremos
as perguntas!”, respondeu Limiekki, que contava com a
tradução quase simultânea de Valin. “Quem é você? O que
seu grupo pretende? Onde está o Lorde Mantenedor”.
“Não sei de nada!
Sou um cidadão honesto! Soltem-me”, pediu.
Limiekki
alcançou os dedos da mão do imaskari e torceu um deles
fortemente, causando uma imensa dor, fazendo gritar o
esguio humanóide.
“Não!!!
Você quebrou meu dedo!”, ele gritou. “Eu falo!!”
“Então diga o que
queremos saber!”, insistiu o mateiro.
“Meu nome é Kahandras.
Fui verificar se estavam mortos, em nome da Célula dos
Necromantes! Não sei onde está o Lorde Mantenedor Naramixa!”.
“E o local onde iria
entrar? Quero um mapa do lugar!”, exigiu Kariel, que retirou
do seu diário uma página em branco e a pena e a tinta
que usava.
“Está certo, mas não
me machuquem mais!”, concordou o imaskari.
Limiekki
soltou o braço direito, mas manteve o esquerdo imobilizado.
O imaskari rabiscou uma espécie de planta baixa da casa.
Em seguida foi novamente imobilizado. Os três da Comitiva
retornaram para os demais.
“Foi
mais fácil do que eu pensei. Acho que estes imaskaris
não estão muito acostumados a sentir dor!”, disse Limiekki
para os companheiros.
“Necromantes... pensei
que estes malditos estivessem enterrados nas areias do
tempo!”, comentou Valin.
“Vamos invadir a casa!
Não podemos perder tempo!”, comentou Mikhail.
“Você tem razão!”,
comentou Magnus. “Se o Lorde for assassinado, as coisas
se complicarão ainda mais!”.
“Valin e Hoxxa...
por favor, levem este traidor até os seus representantes.
Ele possui um grimório onde existem magias necromânticas.
Talvez acreditem em nós. Enquanto isto, iremos até aquela
casa!”, traçou Kariel o plano.
“Está certo! Boa sorte
a vocês!”, desejou a mulher imaskari, de pele cor de mármore.
Um Culto Secreto
Arthos,
Kariel, Limiekki, Magnus e Bingo deixaram a caverna, rumo
ao bairro ermo onde o mago da Comitiva havia rastreado
o imaskari chamado Kahandras. Usavam um manto, providenciado
por Valin, e estavam magicamente disfarçados como imaskaris,
graças a uma magia conjurada por Kariel. Passavam pelos
prédios em silêncio, aproveitando-se de qualquer sombra
que pudessem encontrar. Passou por eles uma patrulha com
sete imaskaris, que felizmente não os perceberam escondidos.
Alguns
minutos depois, chegaram às proximidades da pequena casa,
simples e desprovida de ornamentos. Arthos e Bingo chegaram
à porta e auscultaram. Não ouviram nada. Experimentaram
bater, esperando atacar aquele que atendesse, porém ninguém
veio. Bingo usou então sua perícia com trancas e retirou
seu pequeno estojo de ferramentas. Depois de algumas tentativas
a porta se abriu com um “clique”.
Estavam
em uma sala bem ampla. Novamente ficou evidente a magia
com que as construções imaskaris eram feitas: o cômodo
parecia ser bem maior por dentro do que por fora. Não
havia móveis ou decorações, a exceção de um tapete e uma
cadeira solitária. Uma porta fechada estava do outro lado.
Os aventureiros então entraram, fechando a porta de entrada
atrás de si. Arthos e Bingo se posicionaram novamente
sobre a folha de madeira e aço negros. Também não havia
barulhos. Resolveram arrombar, mas desta vez não foi necessário
nenhuma ferramenta: a porta estava aberta.
O
ar no novo cômodo era fresco. Era também uma grande sala,
mas possuía uma fonte de água no centro, com uma macabra
estátua de um imaskari segurando um crânio, que vertia
água pelos olhos. O líquido cristalino se acumulava em
uma pequena piscina. Não havia móveis e a decoração se
restringia a uma tapeçaria de motivos geométricos nas
paredes. Havia duas portas de bronze à esquerda e outra
à direita. Em silêncio, os aventureiros gesticularam.
Decidiram se separar. Arthos, Limiekki explorariam uma
das portas a esquerda, Bingo e Mikhail a outra e Magnus
e Kariel a da direita.
A Exploração de
Arthos e Limiekki
Arthos
ainda sabia alguma coisa sobre abertura de trancas e usou
algumas ferramentas que ainda possuía, dos seus tempos
em que vivia em Portal de Baldur. Conseguiu abrir a porta
e entrou com Limiekki. Viram um lugar repleto de prateleiras
com vidros de diversos tamanhos, formas e conteúdos. Havia
balcões de pedra com carvão e barris. No centro, uma mesa
retangular e sobre ela algo coberto com uma toalha branca.
Um tomo estava aberto bem em frente a ela. Uma nova porta,
na parede à direita de quem entra, levava para outro lugar.
Arthos aproximou-se do tomo e tentou ler a capa, aproveitando-se
da propriedade da magia de similaridade que agia sobre
ele.
“Golen
de Carne”, leu o espadachim.
“Hum... então não
quero descobrir o que tem debaixo deste lençol! Vamos
dar o fora daqui!”, disse o mateiro.
“Podia levar este
livro para Kariel... quem sabe ele não o aproveita?”,
pensou Arthos.
“Kariel fazendo cadáveres
ambulantes? Isto não parece combinar muito com ele. Além
do mais, este livro é enorme. Deixa esta porcaria aí!”.
“Está bem, está bem...
vamos para a próxima porta!”
Arthos
e Limiekki puseram a orelha encostada na folha de madeira
negra e lisa, reforçada com cobre. Não ouviram nenhuma
voz ou ruído. Arthos abriu também a tranca. O novo cômodo
era uma biblioteca, com as paredes forradas de tapeçarias
vermelhas e douradas, com os mesmos motivos geométricos
já vistos antes. Havia mesas e cadeiras e uma estátua
de um imaskari segurando um livro. Depois de verificar
que não havia ninguém no lugar, Arthos se dirigiu logo
para examinar a estátua. Olhou por diversos ângulos e
decidiu tocar, empurrar e puxar a figura de mármore branco.
Foi quando forçou o livro de pedra, que ouviu o arrastar
de algo.
“Eu
sabia! Uma passagem secreta! Limiekki... procure para
ver se alguma estante saiu do lugar!”.
O
mateiro olhou, mas nada havia de estranho. Então levantou
a tapeçaria que cobria a parede e estava lá. Uma abertura
para um novo cômodo. Então chamou Arthos.
O
novo lugar era pequeno, de paredes feitas com grandes
blocos de pedra. Havia somente duas coisas. Uma estátua
enorme de um lmaskari que se erguia sobre uma pilha de
crânios e um conjunto de três alavancas, engastadas em
uma das paredes. Arthos, a exemplo da sala anterior, correu
para verificar a estátua, mas desta vez teve menos sorte.
“Não
achei nada! E agora!? Será que existe outra passagem?”,
perguntou o espadachim.
“Sei lá! Pode haver
uma armadilha também”, respondeu Limiekki. “Vamos chamar
os outros!”
Enquanto
conversavam, começaram a notar um som, uma espécie de
cântico, que escapava de baixo dos seus pés. Deitaram
e colocaram os ouvidos contra o solo.
“Pela
Dama da Floresta! Parece um cântico de ritual!”, exclamou
Limiekki.
“Isso não é nada bom!
É melhor que os outros venham logo”, disse Arthos.
“Kariel. Achamos uma
passagem. Parece haver um ritual acontecendo abaixo!”,
pronunciou o ex-soldado o nome do companheiro da Comitiva,
que era um dos Escolhidos de Mystra e por conta disto
podia ouvir as próximas nove palavras de alguém que chamasse
o seu nome, onde quer que estivesse.
Poucos
minutos depois, ouviram um arrastar de pedra, e uma parede
se abriu, revelando novos ocupantes para a reduzida sala.
A Exploração de
Kariel, Mikhail, Magnus e Bingo
Kariel,
Magnus estavam à frente da porta. Decidiram arrombá-la
e o jovem e musculoso paladino de Helm fez o serviço.
A tranca partiu-se e viu-se um dormitório, onde havia
guarda-roupas, três camas e, do lado de cada uma delas,
uma arca de madeira, couro e ferro, trancada. Um quadro
grande, com a figura do secretário do Alto Lorde, Radatan
Mahederin. Uma pequena porta, de material simples, estava
na parede, ao lado oposto das camas.
“Parece
que está claro que nos colocou nesta aflição!”, disse
o mago elfo, fitando o retrato sombrio do imaskari.
“Vamos fazer uma busca! Não é possível que este lugar
esteja vazio!”, comentou Magnus, que agachava seu corpo
de quase dois metros de altura para olhar embaixo das
camas.
Enquanto
seus amigos vistoriavam o cômodo, o mago da Comitiva ergueu
a mão e a direcionou pelo quarto, buscando emanações mágicas.
Sentiu que sobre as arcas agia algum tipo de magia guardiã,
o que tornaria um risco abri-las. O paladino nada mais
encontrou nos guarda-roupas, além de robes negros de mago.
Abriu também a leve porta de madeira, que revelava um
banheiro. Por fim, encontrou algo interessante: atrás
da moldura do quadro parecia haver algum tipo de mecanismo.
“Tem algo aqui atrás...
um buraco ou algo assim!”, disse o jovem.
“Vamos aguardar Bingo!”,
ponderou Kariel. “Pode ser um tipo de armadilha e ele
conhece destas coisas”.
Curiosamente, Bingo
e Mikhail entraram pela porta do cômodo neste mesmo instante.
“Já voltaram? Não
iam verificar a outra porta?”, perguntou Magnus.
“A porta estava apenas
encostada. Era uma cozinha. Tinha farinha, vinho, restos
de algum assado e uns biscoitos... estes últimos eu provei
e estavam gostosos!”, respondeu o halfling.
“Não havia nada de
mais por lá!”, completou Mikhail.
“Então será útil aqui,
Bingo!”, disse Kariel aproximando-se do quadro. “Atrás
deste quadro existe alguma coisa. Pode verificar se podemos
removê-lo em segurança?”.
O
halfling subiu em uma das camas próximas ao retrato. Após
examinar o que havia entre a parede e a moldura, a retirou,
jogando-a no chão. Havia um buraco circular na parede,
do tamanho de um punho, e que parecia profundo.
“O
que será isto?”, perguntou, curioso, Mikhail.
Kariel
parou por um instante. Uma voz familiar ecoou em sua mente.
Em seguida disse aos companheiros:
“Amigos...
Limiekki acabou de me avisar que ele e Arthos descobriram
uma passagem e que há um ritual acontecendo em algum lugar
abaixo de nós!”.
“Será que este buraco
abre uma passagem também?”, perguntou Bingo.
“Ou aciona uma armadilha?”,
colocou Mikhail.
“Vou descobrir! Fiquem
atentos!”, disse Kariel, que enfiou o braço no buraco
circular aberto na parede.
O
coração do jovem elfo batia forte enquanto os seus dedos
alcançavam uma chapa de ferro, que parecia móvel, ao fundo.
Mesmo temendo alguma lâmina mortal, o mago arriscou e
empurrou a placa. Após alguns ruídos de pedra arrastando,
uma passagem revelou-se na parede a sua esquerda. Na nova
sala, podiam ver, além de uma grande estátua, estavam
os amigos Arthos e Limiekki. Logo, todos entraram no novo
e pequeno cômodo.
“Estão
ouvindo!?”, chamou a atenção Limiekki.
“Sim... parece um
coral entoando uma canção macabra!”, disse Mikhail.
“As vibrações vem
de algum lugar abaixo de nós!”, falou Arthos.
“Deve haver uma maneira
de descer!”, pensou Bingo. “Estas alavancas aí ?! Vamos
puxá-las!”
“E se for uma armadilha,
Bingo?”.
“E vamos ficar parados
aqui? Vamos experimentar!”, respondeu o halfling.
“Devo concordar com
o pequeno”, completou Magnus. “Não temos muitas opções”.
“Está certo... porém,
antes, lançarei sobre nós algumas proteções, dádivas da
Deusa!”, disse Mikhail.
O
clérigo pronunciou algumas orações que tornaram os heróis
mais fortes e em seguida Limiekki, com o consentimento
de todos, puxou para baixo a alavanca ao centro. Imediatamente
após o ruído de correntes, duas paredes de pedra desceram
do teto, lacrando as passagens pelas quais os heróis haviam
entrado. Do alto, um gás esverdeado começava a sair das
frestas dos blocos de pedra.
“Puxa
outra! Puxa outra!”, gritou Bingo.
Limiekki puxou a da
esquerda. Tentáculos negros brotaram do solo e envolveram
o mateiro. O gás começava a preencher o cômodo, fazendo
os heróis tossirem e encherem o pulmão de algo que lhes
ardia o peito. Arthos, em medida desesperada, pulou sobre
a alavanca da direita. Pela sorte de Tymora, a combinação
fez cessar os gases, os tentáculos se recolheram e a grande
estátua correu para o lado, revelando um poço com uma
escada de marinheiro, que levava para o nível inferior.
O cântico estava mais alto e claro agora.
“Vou invisível primeiro.
Investigarei e chamo vocês em seguida!”, disse Kariel,
já se dirigindo pela escada.
O
elfo ativou o elmo de invisibilidade mais uma vez e começou
a descer as escadas. Saiu em um espaço rústico, escavado
na rocha e iluminado por uma tocha. Na esquerda e na direita
havia duas escadas de pedra que desciam e, na parede que
surgiu à frente, uma espécie de janela, de onde escapava
uma iluminação bruxuleante.
Kariel,
da abertura, viu um platô dividido por um rio de lava,
por onde passava uma ponte de pedra. Do lado mais próximo
a onde estava, seis imaskaris em mantos negros cantavam
e miravam um altar, do outro lado da ponte, onde outro
imaskari estava voltado para eles. Acima de um bloco de
mármore branco, estava o corpo amarrado do Alto Lorde
Mantenedor. O imaskari à frente dele era Radatan Mahederin.
O cântico encerrou-se e o traidor pôs-se a falar de um
púlpito negro, com a figura de um crânio sem mandíbulas,
com um pergaminho enrolado desenhado abaixo dele.
“Conseguimos
semear o ódio à Superfície e com o desaparecimento do
Lorde Mantenedor Ebrul Naramixa ficarei mais próximo de
um lugar de poder. Hoje somos poucos, mas cresceremos
e em breve o governo dos necromantes voltará, seja pelo
convencimento, seja pela força. Não retornaremos para
Superfície hoje, pois não iremos como iguais, mas como
conquistadores e as nações serão nossas vassalas! Daremos
o Lorde em sacrifício a Jergal, o Deus da Morte, para
que ele nos mande sorte em nossos planos”.
Kariel
afastou-se e, abaixo do poço de entrada, chamou os companheiros,
que desceram, fazendo o maior silêncio possível.
“Eles
vão matar o Lorde! Vou surpreendê-los e vocês descem em
seguida!”, disse o mago invisível.
Então
desceu as escadas cuidadosamente até o nível inferior.
O arcano invisível posicionou-se, aproveitando-se de que
os seis inimigos estavam um ao lado do outro, e conjurou
um relâmpago, que partiu de suas mãos em linha reta, atingindo
todos os oponentes severamente. Dois deles caíram mortos.
Ao ouvir o ruído, desceram os demais aventureiros pelas
escadas, dando início ao combate.
Limiekki,
Magnus e Arthos sacaram suas espadas. Cada um confrontava
dois imaskaris. Enquanto isto, na retaguarda, os demais
se preparavam para o alvo mais além: o secretário do Alto
Lorde, que, apressado pelas circunstâncias, ergueu a adaga
cerimonial de pedra, na intenção de desferir logo o golpe
fatal contra o imobilizado Lorde Mantenedor Naramixa.
Mikhail,
também rapidamente, proferiu uma prece a Mystra e, graças
a ela conseguiu moldar a pedra do altar onde repousava
o corpo da autoridade imaskari, criando um casulo de mármore
que protegeu seu corpo do golpe fatal. Kariel gesticulou
e uma nova rama elétrica partiu de si em direção ao inimigo,
que sofreu com um choque poderoso, porém o suportou e
permaneceu firme e de pé. Devolveu o ataque com a mesma
moeda, atingindo o paladino Magnus. Bingo também atacou
o imaskari, mas suas flechas erraram o alvo.
A batalha se desenrolou
com inesperada facilidade para aqueles da Comitiva que
estavam usando das lâminas. Os magos necromantes que os
combatiam não possuíam familiaridade com os bordões que
usavam para se defenderem e atacarem, e também não conseguiam
tempo e concentração suficiente para usar suas armas mais
poderosas: as magias destrutivas. Logo, vitimados pelas
armas dos heróis, tombaram ao chão, deixando o líder Radatan
Mahederin sozinho para combatê-los.
O
traidor não pensava em se entregar. Não temia a morte.
Tudo que passava em sua mente era fazer o máximo para
levar consigo alguns destes “invasores” que perturbaram
seus planos. O imaskari de cabelos negros vestia um robe
de mago, decorados de forma macabra, com figuras de esqueletos.
Radatan tocou nestas figuras e as destacou do tecido.
Arremessou-as contra o chão e delas brotaram três esqueletos
humanos, que de pé, e portando escudos e cimitarras, foram
na direção dos heróis. O imaskari também fez mais: puxou
uma alavanca e um nicho no altar se abriu. Dele saiu uma
armadura animada, de aparência antiga e da cor do cobre,
com uma ameaçadora espada flamejante nas duas mãos.
“Mate-os!”,
comandou, em um grito!”.
A
armadura e os esqueletos seguiram pela ponte de pedra,
sendo barrados pelas armas de Limiekki, Magnus, Mikhail.
Kariel atacou com magia. Lançou uma esfera flamejante
na direção do mago das trevas, mas este, imediatamente,
conjurou uma magia similar e os dois projéteis de fogo
se encontraram no ar e se anularam. Em outro momento,
Kariel novamente fez surgir um raio de eletricidade, e
desta vez atingiu o seu alvo. Radatan agora estava visivelmente
ferido. Bingo atirou flechas, mas estas ficaram a poucos
centímetros do pescoço do necromante.
Arthos
tentou algo inusitado. Tomou distância e deu um salto
sobre o precipício. O calor da lava corrente logo abaixo
esquentou sua pele por breves segundos, mas o espadachim
conseguiu a proeza: estava do outro lado, próximo ao ferido
Radatan.
“Que
Jergal o amaldiçoe!”, praguejou o imaskari.
“Seu deus está morto,
assim como você também estará!”, respondeu, atacando o
mago, que se defendia com uma espada curta.
Radatan
atacava sem perícia, no misto de ódio e desespero. Em
um certo instante, sua inabilidade deixou-lhe vulnerável
o peito e a Lâmina das Rosas o perfurou. O traidor estava
morto.
Na
ponte, os esqueletos haviam sido destruídos pela força
da Comitiva e todos agora lutavam contra a forte armadura
animada. O constructo revidou, atingindo Magnus e Mikhail,
que se machucaram, mas permaneciam firmes no uso de suas
armas. Após receber dezenas de golpes, a armadura cessou
de se movimentar e enrijeceu. O fogo de sua espada também
se extinguiu.
“Vamos
empurrá-la para o fosso!”, sugeriu Kariel.
Assim foi feito e
o pesado constructo caiu no poço de lava incandescente,
metros abaixo. Após isto, a Comitiva respirou fundo. Foram
até o Alto Lorde Mantenedor, e o estavam retirando da
proteção de pedra criada por Mikhail, quando ouviram o
ruído de muitos passos se aproximando. Colocaram o imaskari
inconsciente atrás do púlpito e retornaram à prontidão
de combate.
Imaskaris
desceram apressados as escadas que ficaram atrás de Comitiva,
mas para o alívio dos heróis, não eram necromantes, mas
sim representantes dos Lordes, que deram crédito às narrativas
de Hoxxa e Valin. Os dois também desciam e estavam acompanhados
pela Dama Executora Furyma Selovan. A imaskari de vestido
vermelho aproximou-se dos heróis e disse-lhes, utilizando
o idioma comum:
“Então
é verdade! Um culto de necromantes! Espero que o Lorde
esteja bem!”.
“Ele está vivo!”,
disse Mikhail. “Mas parece estar sob o efeito de alguma
droga entorpecente!”.
“Não se preocupe!
Cuidaremos bem dele!”, disse, gesticulando para que dois
imaskaris erguessem o Lorde e o levassem para cuidados.
“Devo agradecê-los. Salvaram o Lorde e, mesmo que indiretamente,
talvez tenham salvado também o futuro desta cidade. Gostaria
que fossem até o Palácio, descansassem e participassem
da sessão de votação. Serão nossos convidados”.
Os
heróis concordaram. No caminho, acompanhados por Valin
e Hoxxa, foram aplaudidos pelo povo e finalmente se sentiam
tranqüilos.
A Decisão dos Imaskaris
A
Comitiva aguardava o momento da votação final. Estavam
no mesmo luxuoso apartamento coletivo que haviam estado
antes, mas desta vez, também na companhia de Hoxxa e Valin.
Desfrutavam de comodidades como banho quente, confortáveis
camas e uma grande e frugal refeição, disposta em uma
mesa ao meio do quarto. Alguém então bateu à porta. Era
um oficial condestável.
“Senhores.
O Alto Lorde Illis Khendarhine deseja vê-los!”.
“Estamos logo atrás
de você!”, disse Limiekki, que havia aberto a porta.
Foram
conduzidos à sala do Alto Lorde e novamente estavam com
o idoso imaskari de barbas brancas.
“Saudações,
superficiais! Estive agora a pouco com o Lorde Mantenedor
Ebrul Naramixa e os informo que ele está completamente
refeito do veneno ao qual foi submetido. Chamei-lhes aqui
para pedir-lhes humildemente minhas desculpas, em nome
de nossa nação. Radatan nos enganou e aproveitou-se de
um momento delicado para nos manipular e promover o ódio.
Todos pensávamos que o Culto a Jergal não mais existia
e para nossas mentes era mais fácil desconfiar daqueles
que não conhecíamos. Mais uma vez, minhas desculpas!”,
disse o ancião dirigindo o olhar para o chão.
“Suas desculpas estão
aceitas, Alto Lorde”, falou Kariel. “Por nossa conta,
não há mais ressentimentos!”.
“Ótimo, senhor elfo!
Gostaria de convidá-los agora para acompanhar a votação
final e, logo após, terei algumas novidades sobre a solução
do vosso problema com a embarcação netherese para compartilhar!”.
“Agradecemos!”, disse
o mago, em uma pequena reverência com a cabeça.
Em
seguida, o Alto Lorde se despediu e veio um oficial, que
os conduziu até as cadeiras do grande auditório do Conselho
dos Lordes. Ocuparam as mesmas cadeiras nas fileiras da
frente e receberam os tradutores mágicos, os quais colocaram
nos ouvidos. O mestre de cerimônias começou o anúncio:
“Senhores!
Estamos aqui para o veredicto final sobre a abertura ou
não de Imaskar das Profundezas ao mundo exterior e o destino
do Grande Selo. Ouviremos o julgamento da Dama Executora
Furyma Selovan. Porém, antes, o Alto Lorde Illis Khendarhine
e o Lorde Mantenedor Ebrul Naramixa, desejam falar a todos,
a respeito dos últimos acontecimentos!”.
Entraram
no palco as duas autoridades, trajando robes vermelhos
de mago. Foi o ancião que fez uso da palavra:
“Lordes!
Na última noite levantou-se contra nós uma ameaça que
julgávamos esquecida: o Culto de Jergal, ligado as aspirações
dos antigos necromantes, nossos algozes do passado. Aproveitando-se
do acirramento dos ânimos, causado pelos debates, o secretário
Radatan Mahederin, na verdade o líder das seita perversa,
seqüestrou o Lorde Mantenedor aqui presente, culpando
os superficiais da Comitiva da Fé. Porém, os estrangeiros
foram bravos: provaram sua inocência, derrotaram o insidioso
inimigo e libertaram o Lorde...”
“Sim!”, interrompeu
Ebrul Naramixa. “Se não fosse por eles, provavelmente
não estaria aqui e nossa cidade poderia seguir mais uma
vez um destino obscuro. Em nome de todos os imaskaris,
ofereço nossas desculpas públicas e a nossa gratidão!”.
Neste
momento, os presentes se levantaram e aplaudiram. A Comitiva
agradeceu com acenos (e beijos, jogados por Arthos). Em
seguida, os dois líderes deixaram o palco, para o retorno
do mestre de cerimônias:
“Chamo
ao palco, para proferir o seu voto, a Dama Executora Furyma
Selovan!”.
A
imaskari, em seu vestido vermelho e exótico, aproximou-se
da frente do palco, e começou o seu discurso:
“Caros
presentes! Utilizei-me do tempo que tinha direito para
refletir e as circunstâncias do dia de hoje por várias
vezes fizeram o meu julgamento se modificar. No entanto,
à luz da verdade e das considerações já feitas, decidi
pelo meu voto. Imaskar das Profundezas é um orgulho para
nós e fruto das realizações maravilhosas da nossa cultura.
Porém, apesar de tudo que criamos, é uma ilusão pensarmos
que somos perfeitos. Erramos e também somos assolados
pelo mal. Não somos diferentes dos outros povos e por
isso não temos porque nos isolar. Devemos prosseguir nossa
história sem temores. Iremos, aos poucos, conhecer o que
há além de nossos limites e aprender com os outros a lidar
com nossas adversidades. Meu voto é pelo fim do isolamento
da cidade!”.
A
platéia ergueu-se mais uma vez, em uma comemoração entusiasmada.
Desta vez, não parecia haver divisão de opiniões tão clara.
Era realmente a vontade da maioria que o Grande Selo fosse
abandonado e que Imaskar das Profundezas se abrisse para
o mundo. Após a euforia, o auditório foi se esvaziando.
As pessoas iriam comemorar.
Até
a Comitiva, veio um oficial, que os chamou. Os três líderes
da cidade queriam falar com o grupo. Foram levados à uma
sala, onde estavam, além dos Lordes, um imaskar idoso,
e uma mesa, onde repousavam uma cesta, uma arca e uma
caixa de madeira. Illis Khendarhine tomou a palavra.
“Senhores
da Comitiva da Fé! Este ao meu lado é Jhubal Tetisjenja,
um grande mestre do conhecimento. Estive com ele logo
após nosso encontro de ontem. Jhubal disse-me que conhece
a tecnologia de construção das antigas naus nethereses,
saber obtido pela leitura de antigos tomos. Diz que, muito
provavelmente, poderá ajudá-los. Em debate com os Lordes,
concordamos em disponibilizar todos os materiais e pessoal
que se fizerem necessários para a realização dos reparos.
Em cima desta mesa, estão alguns presentes, ofertados
em nome de nossa cidade!”. O Alto Lorde, em um gesto suave,
pediu para que a Comitiva analisasse o conteúdo.
Arthos
abriu a arca e os seus olhos brilharam: havia jóias, esculturas
de ouro e prata, anéis e colares. Na cesta, Bingo viu
atentamente garrafas de licores e vinhos exóticos, além
de doces, geléias e compotas de frutas, muitas delas nunca
vistas antes pelos aventureiros. A caixa de madeira foi
aberta por Kariel, e continha pergaminhos, provavelmente
arcanos.
“As
jóias simbolizam nossa arte, as bebidas e os doces à diversidade
de nossos frutos, e os pergaminhos a geração de conhecimento
arcano”.
“Obrigado,
senhores, mas... não querendo ser indelicado... será que
podiam nos arranjar um daqueles tradutores que usamos
no auditório? Pode nos ser bastante útil!”, pediu o espadachim
de cabelos ruivos.
“Arthos!”, repreendeu
Mikhail.
“Aquele item somente
pode traduzir o idioma roushoun, mas tentaremos conseguir
algo melhor para vocês!”, disse sorrindo o Alto Lorde.
“Agora nós três precisaremos sair. Temos que começar os
preparativos para montarmos a equipe que irá até a Superfície!”.
“Podemos contribuir
com informações que ajudarão nesta missão. Podemos falar-lhes
sobre as nações mais amistosas, os lugares perigosos,
os cultos e os povos que conhecemos!”, ofereceu Kariel.
“Senhor elfo, isto
será de boa ajuda! A nau demorará alguns dias para ficar
pronta e teremos algum tempo para isto. Agradeço a cooperação.
Agora temos que ir. Fiquem livres para desfrutarem de
nossa hospitalidade. Até breve”.
Os
três saíram, deixando na sala o imaskari de longos bigodes
brancos.
“Bem!
E agora? Que posso fazer?”, perguntou o sábio Jhubal.
“Vamos verificar a
nau para dimensionar o que será necessário para os reparos!”,
respondeu Magnus.
“Ei... esperem! Haverá
uma festa em homenagem a abertura de nossa cidade!”, disse
Hoxxa.
“Festa? Oba!”, exclamou
Arthos.
“Estou dentro!”, completou
Limiekki.
“Mas temos muito trabalho
a fazer. Não devemos perder tempo com...” falava Mikhail,
quando Kariel o interrompeu.
“Nos encontramos na
nau! Bebam em nossa homenagem! Nós merecemos!”
E
assim foi a Comitiva. Passariam dias agradáveis em Imaskar
das Profundezas. Uma merecida pausa, talvez oferecida
pelos deuses, antes de continuarem a difícil e perigosa
missão que cumpriam nos locais sombrios do Subterrâneo.
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